quarta-feira, 6 de junho de 2012
Apenas
Acabou o tempo dos poemas,
agora é tempo de penas.
Não daquelas que revestem aves
que as protegem do frio
e mantêm seu alto voo em asas plenas.
É tempo de duras penas,
aquelas que me prendem ao chão,
que corroem o ânimo geral
e que invertem a parábola do sorriso
em desenho triste.
Acabou o tempo,
o relógio não se move,
o futuro é um replay do ontem
e o ontem é a plenitude desse tédio.
É uma pena, mas acabaram as penas.
As aves já não voam,
não há céu para tanto.
E o que ficou
foi a ilusão de ser poema,
apenas.
- Caio Augusto Leite
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