Transparência falsa,
minha voz, minha luz,
meu bom-humor, tudo é prisma refletido.
No meu corpo opaco,
não há fundo,
nem medo,
nem fraco.
Abro meus braços expulsando,
beijo renegando,
renego o que quero.
Sou o outro que se faz do Eu,
sou reflexo na vida,
mas em mim o Eu é outro,
é o avesso do outro que sou.
E se quebram o espelho
não sei qual alma fica,
se a externa ou a interna:
qual delas é a minha?
- Caio Augusto Leite
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