Amo-te agora, tão urgente agora,
depois não sei, existe depois?
Te amo pelo momento que escrevo,
preciso não finalizar, não arrematar,
preciso colocar mais versos,
mais e mais, para que te ame por mais tempo.
Amo, oma, mao, mão,
mão que não deixa o poema
se findar, mas que não consegue
pois a fadiga do peito começa
pelas extremidades onde o amor não toca.
E de repente, nesse desespero de nunca terminar,
o pensamento dá uma volta pelos sagrados moldes
cristalizados da língua e nada acha para suprir
a deficiência física de se perder no ponto final,
mesmo que um ponto triplo de incompreendidas reticências...
nada disso resolveu, mas
Amo-te agora, tão urgente agora,
- Caio Augusto Leite
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