Minha pele coça,
de amor, de palavra,
de música, ela coça.
E quanto mais coço,
mais a vontade de coçar.
Por baixo das unhas
a pele morta, cheia de
corações, de sílabas e notas.
Minha pele coça,
de arte coça.
Coço, coço, coço,
faço feridas.
E não paro, não paro, não posso.
Quanto mais amo, quanto mais falo,
quanto mais canto,
mais coço.
*
Minha alma coça,
de saudade coça,
de tristeza coça.
E só tua mão
e só tua voz
vão calar o comichão.
- Caio Augusto Leite
Nenhum comentário:
Postar um comentário