quinta-feira, 28 de junho de 2012

Perdi o nome


Te procuro em listas telefônicas,
em obituários, em anúncios de jornal
e o seu nome não surge mais
sob as minhas vistas que, fatigadas,
vasculham o caminho por onde acho que você saiu.

Procuro teu nome dentro de conchas,
na linha das estrelas,
nos cartões postais,
em alianças alheias, será que casou?

Quanto mais te busco,
mais te perco, mais te perco.
E parco o desejo vai ficando.
Dura o amor, durará quanto?

Procuro teu nome completo, teu CPF, tua impressão digital.
E ainda assim não encontro registro,
trabalho de uma vida, a vida tá passando:
cadê teu nome, como some?

Te procuro no brincar das nuvens,
no rodopiar das folhas,
no sussurro do vento,
no qualquer lugar, na utopia, na ré da reta do tempo.

E penso que não te acho,
pois não te achei nunca.
Você que vive no meu futuro,
te busco e te perco, pois não sei seu nome.
Só sei que a felicidade aqui em mim
depende de você, mas quem é você?

Qual seu nome?

- Caio Augusto Leite

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