terça-feira, 12 de junho de 2012

Usineiro


A usina ganha todo dia mais matéria,
carvão, toras, animais, pessoas.
A usina vai colhendo tudo,
agasalhando o mundo.

Vapor, vapor, vapor,
come, come, come.
E tudo vai sumindo
da planície da terra.

E logo as estrelas,
os planetas, os cometas.
Logo o tudo, e em tudo a usina
o vácuo resta...

Resta a insatisfação,
o cansaço da procura.
E no intervalo das batidas mecânicas
o silêncio aflito.

Aflita vastidão,
maior que o universo.
Não cabe nem no verso o
coração.

- Caio Augusto Leite

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