segunda-feira, 4 de junho de 2012
Não leia
Leia esse poema como se tivesse sido feito amanhã,
para que fique renovado em seus versos
o presente que não poderá ser se for lido
como expressão do ontem.
Atrase todas essas palavras,
elas não estão aqui,
é só um presságio do poema
que ainda irá nascer.
Não se engane com ele,
não existem fatos,
histórias,
medos,
nada existe,
o poema inexiste.
Mas ele pulsa nas ideias factíveis,
para entendê-lo é preciso que se leia amanhã
ou depois.
Leia mês que vem, ano que vem, em outra vida,
melhor ainda: não o leia.
- Caio Augusto Leite
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