domingo, 3 de junho de 2012

Cartas na mesa

Carrego minhas cartas ocultas,
como se pudesse vencer o jogo a qualquer momento.
Meu olhar de esfinge, meus bolsos vazios.

Mas todas as esperanças são inúteis,
não adianta apostar as fichas em mim
e nem cobrar os prejuízos de depois.

Saiba que o coringa não mora na minha manga,
nem possuo a sequência vencedora,
ah meus amigos, não vou mentir...

trago três cartas,
uma de amor que não enviei,
outra de dor que nem abri
e a última em branco onde deixarei o meu legado:

um soneto clássico,
que tão bom será,
que pensarão ser de Camões
e nesse mar da vida
eu transbordo de ilusões.


- Caio Augusto Leite

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