terça-feira, 26 de junho de 2012

História de amor


E por mais que a força passionatriz
mova meu coração feito moenda antiga,
não consegue o amor romper as barreiras
do impossível, saudade é meu melaço.

Que gruda na boca,
escorre na garganta
e enjoa o peito do gosto.

E o gosto do amor nunca fica muito tempo,
bala de menta que cai da tua língua na minha,
no fim do dia fico à míngua.

Não sei se é falta de amor,
talvez seja só falta de tempo
pra bater cartão, amor-patrão.

Encontrar você assim de vez em quando,
sem muito contrato, não dará pé:
e quem fica de pé cansa de esperar,
o amor que espera, feito vela, só queima pra findar.

Infinito enquanto dure?
Duro é o enquanto infinito
que ainda nos divide.

E por mais que a força passionatriz
mova meu coração feito moenda antiga,
não consegue nosso destino se cruzar
sonho, choro, amo e não hei de te alcançar.

- Caio Augusto Leite

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